A universitária carioca Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, é acusada de envenenar quatro pessoas entre janeiro e maio deste ano e de retornar deliberadamente às cenas dos crimes. Segundo o delegado Halisson Ideiao Leite, do 1º Distrito Policial de Guarulhos, a estudante demonstrava “frieza, ausência de remorso e um prazer evidente, não só em cometer o crime, mas em permanecer ao redor dele, em ver o impacto do que fez”.
Leite classificou Ana Paula como uma serial killer “extremamente manipuladora”, que tentava controlar a narrativa e aparentava colaborar com as investigações. O delegado afirmou, no relatório do inquérito, que, em caso de soltura, ela “certamente voltaria a atentar contra a vida de terceiros”.
De acordo com a reportagem de O Globo, Ana Paula voltava às cenas dos homicídios e se apresentava às autoridades como testemunha ou vítima. Em um dos casos, chegou a chamar a Polícia Militar ao endereço da primeira vítima, Marcelo Hari Fonseca, de 51 anos, em Guarulhos, dizendo sentir “mau cheiro” vindo da casa. Em outro, no mesmo município, ela se apresentou sob nome falso à família de Maria Aparecida Rodrigues, de 49 anos, e permaneceu no local enquanto o corpo era removido.
As investigações também apontam a participação da irmã gêmea da acusada, Roberta Cristina, que está presa. As duas se referiam às execuções como “TCCs” — sigla para “Trabalho de Conclusão de Curso” — e cobrariam cerca de 4 mil reais por crime.
A polícia investiga se Ana Paula fez outras vítimas. Segundo o inquérito, ela mantinha contato constante com os investigadores, buscando influenciar o rumo das apurações.
