O decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes publicou nesta sexta-feira, 10, no seu perfil pessoal do X (antigo Twitter) uma homenagem ao colega de toga Luís Roberto Barroso, que anunciou, ao final da sessão plenária de quinta, 9, a antecipação da sua aposentadoria da Corte. Gilmar disse que “não guarda mágoas” e que “a história reconhecerá o papel” que Barroso desempenhou na presidência do STF.
“Tenho certeza, ministro Barroso, de que a História reconhecerá o seu papel, não apenas pela judicatura marcante, mas também pelos dois anos em que, de modo particularmente desafiador, conduziu a Presidência do Supremo Tribunal Federal”, disse Gilmar.
Em 2018, os dois protagonizaram um embate de grande repercussão durante uma sessão plenária do STF que julgava doações eleitorais. Gilmar havia feito críticas à organização da pauta da Primeira Turma, que havia apreciado um caso que envolvia o aborto. Barroso respondeu “me deixe de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. Uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”. Os dois se reconciliaram depois.
Na publicação feita nas redes sociais nesta sexta, Gilmar disse: “não guardo mágoas. O compromisso deve ser sempre com a instituição. Isso é o fundamental. Essa é a missão que todos nós devemos cultivar. Olhemos para frente e saibamos ser dignos da função que recebemos”. Ele publicou fotos dos dois abraçados.
Tenho certeza, ministro Barroso, de que a História reconhecerá o seu papel, não apenas pela judicatura marcante, mas também pelos dois anos em que, de modo particularmente desafiador, conduziu a Presidência do Supremo Tribunal Federal.
Não guardo mágoas. O compromisso deve ser… pic.twitter.com/67vmgH3lpg
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) October 10, 2025
Barroso anunciou nesta quinta sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal. Aos 67 anos, ele poderia permanecer na Corte por mais oito, até completar 75. No entanto, os rumores de que ele se aposentaria antes já eram bastante fortes nos corredores de Brasília e até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido alertado dessa possibilidade.
A decisão de Barroso abre uma disputa pela sua sucessão no STF e já há pelo menos dois candidatos sendo cotados para a sua cadeira: um é o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o outro é o advogado-geral da União, Jorge Messias.