Com apenas 25 anos, Antônio Pitanga encarnava o herói libertário no filme Ganga Zumba, de Cacá Diegues, que em 1964 desembarcou no Festival de Cannes. Agora, aos 86, ele revisita o trabalho com o diretor, que morreu em fevereiro deste ano, no documentário Para Vigo me Voy, que mergulha na obra do cineasta, um dos principais nomes do Cinema Novo. O longa tem uma sessão nesta quinta-feira, 9, no Festival do Rio.
“É uma revisitação das mais humanas, histórica. Porque é o nascimento do Cinema Novo. De um Brasil que a gente acreditava, que queria que fosse, um Brasil para frente. Na sua originalidade cultural. O movimento do Cinema Novo é cortar o cordão umbilical de uma cultura colonizadora, europeia e americana. Se inaugura com ele uma cultura genuinamente brasileira. Esse filme é uma aula de como nós, jovens, nos organizamos, para que esse século XXI tivesse um movimento do cinema brasileiro auspicioso, com Ainda Estou Aqui, O Agente Secreto, Males, Manas, Azul. Tem um movimento que deságua em 2025, nascido lá atrás”.
Em Malês, dirigido e protagonizado por ele ao lado de seus dois filhos – Camila e Rocco Pitanga –, narra a Revolta dos Malês, rebelião de escravizados muçulmanos que eclodiu na Salvador de 1835.