Começou nesta terça-feira, 7, a terceira edição do Fórum Varanda da Amazônia, uma iniciativa da cantora Fafá de Belém, junto com setores da iniciativa privada e da sociedade civil, para se discutir os rumos da floresta amazônica e uma exploração sustentável de seus bens naturais. Realizado no auditório do Cais das Docas, cartão postal de Belém (PA), o Fórum reúne em dois dias nomes de diferentes áreas. O governador Helder Barbalho (MDB) abriu o evento. A seguir alguns pontos colocados pelo político, que tem a missão de receber chefes de estado de todo o mundo, daqui a um mês, na COP 30.
BIOECONOMIA. “Se nós tivermos um colapso social, vamos ter pressão sobre a floresta. Porque, entre preservar a floresta e colocar comida em casa, as pessoas vão apelar para garantir o seu sustento e o seu alimento. No que estamos trabalhando, portanto, é na bioeconomia, garantir escala produtiva na transformação da biodiversidade no mercado de carbono. O que a gente está fazendo é o seguinte: a floresta, através da fotossíntese, captura o carbono que é emitido pela indústria, pelos combustíveis fósseis. Se o modelo industrial, emite carbono, o nosso modelo floresta captura o carbono”.
COP30 LONGE DA FLORESTA. “O nosso pretexto é para que venham discutir o meio ambiente aqui, porque se não iam estar discutindo lá em São Paulo e a gente ia ficar olhando, sem nenhum benefício e protagonismo. Eles continuariam com o modelo industrial deles, não contribuindo em nada para o meio ambiente e dizer que só a floresta que tinha que ficar entocada à custa dos problemas sociais que nós temos. (…) Por muito tempo falaram de nós sem nós. Por muito tempo apontaram os nossos destinos ou nos julgaram sem necessariamente nos conhecer. Sem conhecer os desafios da floresta, sem conhecer os desafios sociais da Amazônia”.
AQUECIMENTO PARA OS DEBATES. “Estes debates que estarão acontecendo aqui hoje e amanhã contribuem muito para que possamos chegar na COP30 robustos daquilo que queremos. Porque muitas das vezes a gente senta à mesa e não sabe o que quer pedir, não sabe o que quer para si e para o coletivo. E o que nós temos é que aproveitar este momento singular na nossa história contemporânea e que talvez não tenhamos outro momento de tamanha visibilidade e de tamanho engajamento para deixar um legado para a Amazônia”.