O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (7) em queda, aos 141 mil pontos, registrando o menor patamar em um mês. A Minerva (BEEF3) liderou as altas do dia, com avanço de 1,36% às 17h, enquanto a Arezzo&Co (AZZA3) teve a maior baixa, com retração de 6,67%. O dólar fechou em R$ 5,35, em leve alta de 0,69%. Entre os papéis mais negociados estiveram Gol (GOLL54), PDG (PDGR3), Ambipar (AMBP3) e Raízen (RAIZ4).
No setor financeiro, Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) recuaram, refletindo o receio de uma ampliação da taxação sobre produtos de investimento. Segundo analistas, a tributação mais alta sobre aplicações de renda fixa pode levar investidores a migrar de produtos, o que impacta negativamente os bancos que os oferecem.
A alta dos juros futuros também pressionou empresas ligadas ao varejo, construção civil e consumo, como Magazine Luiza, CVC, Assaí, Lojas Renner e MRV. A construtora, inclusive, caiu após divulgar uma prévia operacional do terceiro trimestre de 2025 que frustrou as expectativas do mercado.
De acordo com Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, o dia foi marcado por cautela. “A bolsa está caindo, assim como ontem, em mais um movimento de correção, já que tivemos vários picos de alta recentes. Mesmo a ligação entre Trump e Lula não foi suficiente para animar os ativos”, afirmou.
No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro que a votação da MP do IOF não deve caducar. Segundo ele, a proposta, que cria uma alíquota única de 17,5% para aplicações financeiras, independentemente do prazo, exige serenidade e diálogo antes da aprovação.
Cenário internacional
O dólar avançou acompanhando o fortalecimento global da moeda americana frente a outras divisas desenvolvidas e emergentes, em meio a um cenário de incertezas fiscais e políticas nas principais economias. Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o prolongamento do shutdown nos Estados Unidos mantém os investidores em alerta. “O prolongamento da paralisação do governo Trump, já no sétimo dia, e a ausência de indicadores oficiais deixam o mercado em postura defensiva, à espera das falas de dirigentes do Federal Reserve e da ata da última reunião”, explicou.