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Apenas 29% das brasileiras têm informações suficientes para prevenção do câncer de mama

O câncer de mama continua sendo o tipo mais frequente e o que mais mata mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ainda assim, apenas 29% das brasileiras — em sua maioria acima dos 40 anos — dizem ter informações suficientes para navegar pela jornada de cuidado, da prevenção ao tratamento. O dado faz parte da edição 2025 do Índice de Conscientização sobre o Câncer de Mama, estudo encomendado pelo Instituto Natura e pela Avon.

Os resultados mostram um cenário de desconhecimento amplo. Quatro em cada dez mulheres não adotam práticas para reduzir o risco da doença, 37% só reconhecem o nódulo na mama como sinal de alerta, e 21% ainda acreditam que o autoexame é a principal forma de detectar o câncer — e não a mamografia, como orientam as entidades médicas. A desinformação se repete em outros pontos: 95% desconhecem a Lei dos 30 Dias, que garante o resultado de exames suspeitos nesse prazo máximo, 68% não sabem que o fator genético é um risco e 79% ignoram que o diagnóstico precisa ser confirmado por biópsia.

O levantamento também revelou que 86% das entrevistadas não sabiam que é possível realizar a mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo fora da faixa etária recomendada, desde que haja indicação médica por risco aumentado ou presença de sintomas.

Desigualdade racial e social

As diferenças de informação também refletem desigualdades raciais e socioeconômicas. Apenas 28% das mulheres que se declaram pretas ou pardas têm níveis “alto” ou “muito alto” de conscientização sobre o câncer de mama — entre brancas, o índice sobe para 34%. A média nacional é de 29%.

“O Índice deixa claro o quanto ainda precisamos avançar em informação, acesso e direitos. O câncer de mama continua sendo o que mais mata mulheres no Brasil, mas muitas ainda não sabem que têm direito a exames no SUS nem como identificar sinais de alerta”, diz a oncologista Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.

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Entre as mulheres que utilizam o SUS, apenas uma em cada dez sabe a idade correta para iniciar a mamografia quando não há histórico familiar ou sintomas, e 64% fazem acompanhamento anual com ginecologista. Já entre as que têm convênio médico, quatro em cada dez sabem a idade ideal e 78% consultam o médico todos os anos.

Vale ressaltar que a pesquisa foi realizada quando a idade para início do rastreio regular sem sintomas no SUS ainda era de 50 anos. Em setembro, porém, a faixa recomendada para realização do exame foi atualizada para a partir dos 40 anos, desde que exista indicação médica.

Metodologia

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O Índice de Conscientização sobre o Câncer de Mama foi realizado pela Somatório Inteligência, a pedido do Instituto Natura e da Avon. O estudo ouviu 2.662 mulheres com mais de 18 anos em todas as regiões do país, com recortes por faixa etária, classe econômica, unidade federativa e porte do município.

Houve menor participação de mulheres das classes D e E, em grande parte por desconfiança em falar sobre o tema, segundo os organizadores.

A pesquisa tem margem de erro de 1,9% e nível de confiança de 95%. A maioria das entrevistadas está concentrada no Sudeste (43%), seguido pelo Nordeste (26%) e Sul (15%). Norte e Centro-Oeste representam, cada um, 8% da amostra.

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