A Venezuela afirma ter reforçado a segurança na embaixada dos Estados Unidos em Caracas, após ter desvendado um plano supostamente conduzido por “setores extremistas da direita” para plantar explosivos no local. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 6, pelo presidente da Assembleia Nacional do país, Jorge Rodríguez, por meio do aplicativo de mensagens Telegram.
“Por três vias distintas, alertamos o governo dos Estados Unidos sobre esta grave ameaça”, declarou Rodríguez, que é o principal negociador do país junto a Washington.
O parlamentar também afirmou ter notificado uma embaixada europeia para compartilhar informações com as autoridades estadunidenses e disse que o governo reforçou as medidas de segurança em torno da sede diplomática, enfatizando que o local é “respeitado e protegido” pelo regime de Nicolás Maduro.
Não há diplomatas na embaixada desde 2019, quando o presidente Donald Trump, ainda em seu primeiro mandato, retirou o reconhecimento do governo de Nicolás Maduro. O corpo diplomático americano foi transferido para Bogotá, na Colômbia, com somente uma equipe de manutenção permanecendo na embaixada de Caracas.
O episódio ocorre em meio à escalada de tensões entre os dois países. Nas últimas semanas, navios militares dos Estados Unidos posicionados na costa venezuelana bombardearam embarcações que deixavam o país, alegando que transportavam drogas com destino ao território americano.
A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Ele não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e comanda o Cartel de los Soles “há mais de uma década”, afirma o governo americano.
Em declaração recente, a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, informou que foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. Em meio a trocas de farpas, o líder venezuelano mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país, apresentando a medida como uma estratégia de segurança. As acusações logo escalaram para uma movimentação militar americana em direção à Venezuela.
Os navios de guerra USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson atuam desde o mês passado na costa venezuelana, também patrulhada por aviões de vigilância. Eles são acompanhados pelo destróier USS Lake Erin, capaz de disparar 122 mísseis, e pelo submarino USS Newport News, com ataque de propulsão nuclear.
Três contratorpedeiros, do grupo Anfíbio de Prontidão (ARG, na sigla em inglês), voltaram à região no final de agosto, depois de terem sido forçados a retornar aos EUA devido ao furacão Erin. As embarcações americanas poderão ser usadas para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade à Reuters sob condição de anonimato.