O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 6, que as vinte pessoas presas na semana passada por adulterar bebidas alcoólicas não possuem relação entre si e que os casos de intoxicação por metanol não têm vínculo com o crime organizado.
“Eu tenho muitos casos suspeitos. Não tenho muitos confirmados. A gente não pode descartar nenhuma hipótese. Uma hipótese é a higienização e manutenção dos vasilhames. Agora, precisamos entender [ainda] a extensão do problema”, disse Tarcísio durante coletiva de imprensa nesta segunda, da qual também participaram os secretários estaduais de Saúde, Eleuses Paiva, e Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Além de descartar a possibilidade de relação dos crimes com o Primeiro Comando da Capital (PCC), como aventado na semana passada, o governador também declarou à imprensa que as investigações seguem tentando cruzar dados e encontrar pontos em comum entre as pessoas detidas. “[Estamos] trabalhando com as evidências até aqui. A gente não tem problema algum de mudar [se surgir novas informações]. Até aqui, não tem nenhum indício de participação do PCC”, complementou Derrite.
Ao todo, vinte pessoas foram presas em São Paulo na semana passada, incluindo o principal fornecedor de produtos falsificados no estado. As detenções foram feitas em 60 operações realizadas até esta segunda — nestas ações, mais de 7.000 garrafas suspeitas de adulteração foram apreendidas, além de 100 mil itens de falsificação, como lacres e rótulos, e onze estabelecimentos foram fechados temporariamente (por meio da suspensão cautelar do registro estadual).
Até o momento, São Paulo tem 192 casos de intoxicação por metanol notificados, sendo 14 confirmados (incluindo duas mortes) e 178 em investigação. Sete outras mortes ainda estão sendo investigadas, e quinze ocorrências tiveram descartada a possibilidade de relação com a substância.