O aeroporto de Oslo, na Noruega, interrompeu temporariamente suas operações nesta segunda-feira, 6, após drones serem avistados nos arredores de suas instalações. Segundo a mídia estatal NTB, um piloto afirmou ter visto de três a cinco veículos não tripulados enquanto se aproximava do terminal. O episódio é o mais recente de uma série de incidentes envolvendo drones nos céus da Europa, que provocaram caos na aviação do continente e fizeram vários dedos apontarem para a Rússia.
“Uma ou mais aeronaves esperaram no ar até que a situação fosse esclarecida. Nenhuma aeronave partiu para aeroportos alternativos”, declarou um porta-voz da Avinor, empresa responsável pelas operações no aeroporto de Oslo. As atividades no local foram retomadas posteriormente, sem nenhuma nova interrupção no tráfego aéreo.
Membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) registraram nas últimas semanas uma série de violações de seus espaços aéreos. Muitos afirmam que os drones são russos devido à análise de equipamentos abatidos; outros não conseguiram identificar os responsáveis, mas mesmo assim suspeitam de Moscou, devido aos episódios semelhantes em países vizinhos e também por inúmeros casos de sabotagem e ciberataques no continente europeu por trás dos quais estavam grupos pró-Kremlin.
Na semana passada, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, definiu a situação como a “mais difícil e perigosa desde a Segunda Guerra Mundial”.
A Rússia nega ter qualquer responsabilidade pelos drones, que já foram avistados nos céus da Polônia, Romênia, Dinamarca, Alemanha e Estônia, cancelando voos em algumas dessas nações. Durante uma reunião informal do Conselho Europeu em Copenhague na última quarta-feira, Frederiksen definiu as supostas ações russas como “guerra hibrida” e defendeu uma “resposta muito forte” por parte dos aliados europeus.
O discurso da premiê dinamarquesa encontrou eco junto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que posteriormente declarou a jornalistas que a Europa não permitirá que a Rússia “semeie divisão e ansiedade” e destacou um “padrão” de comportamento após a série de avistamentos de drones.
“É um padrão, e esse padrão vem da Rússia”, disse a chefe do executivo da União Europeia. “A Rússia tenta nos testar, mas também tenta semear divisão e ansiedade em nossas sociedades. Não deixaremos isso acontecer”.
+ Aeroporto de Munique reabre após novo incidente com drones em país da Otan
Veja outros países que relataram ter o espaço aéreo violado por aeronaves russas
Polônia (9 de setembro): a força aérea polonesa declarou ter abatido drones russos que invadiram seu território. Na época, Varsóvia declarou que houve 19 violações em uma ação que durou sete horas. Aeroportos do país foram fechados, e uma reunião emergencial da Otan chegou a ser convocada.
Romênia (13 de setembro): assim como a Polônia, o governo romeno acionou sua força aérea após drones russos adentrarem seu espaço aéreo durante um ataque a alvos ucranianos próximo à fronteira dos dois países.
Estônia (19 de setembro): a nação báltica declarou que Moscou violou seus céus com três jatos de combate. Tallinn disse que o episódio aconteceu sobre o Golfo da Finlândia, com os aviões tendo sido interceptados pela Otan.
Dinamarca (22 de setembro): o aeroporto de Copenhague suspendeu voos por quase quatro horas após o avistamento de drones. Na época, o caso foi relacionado a outras violações de espaço aéreo atribuídas à Rússia.
Alemanha (2 de outubro): assim como na Dinamarca, o aeroporto de Munique suspendeu suas atividades após drones serem vistos dentro do território alemão.