Uma intensa nevasca no fim de semana deixou cerca de mil pessoas presas nas encostas do Monte Everest, no Tibete, após bloquear as rotas de acesso. A tempestade, que começou na última sexta-feira, 3, e persistiu durante todo o sábado, isolou centenas de caminhantes em acampamentos de alta altitude, incluindo o remoto vale que leva à face leste da montanha. Uma grande operação de resgate foi mobilizada, envolvendo centenas de socorristas e moradores locais para desobstruir os caminhos e prestar socorro.
De acordo com a mídia estatal chinesa, os esforços de salvamento já tiveram sucesso significativo. Até domingo, 350 caminhantes já haviam sido conduzidos em segurança ao município de Qudang, e o contato havia sido estabelecido com os mais de 200 restantes, que seriam guiados para fora da região em etapas. Os relatos dos sobreviventes descrevem uma noite angustiante com neve, trovões e relâmpagos, com o risco real de hipotermia devido ao que foi descrito como um clima “anormal” para outubro.
Enquanto a situação se desenrolava na face leste, a atividade turística na face norte do Everest, mais popular e de fácil acesso, foi completamente paralisada. A empresa de turismo local suspendeu a venda de ingressos para toda a área. Apesar dos danos a algumas barracas, não houve relatos de mortes entre os alpinistas e caminhantes presos no lado tibetano, que contavam com suprimentos e foram retirados em segurança.
Do outro lado da fronteira, no Nepal, as fortes chuvas provocaram uma tragédia de maiores proporções, com deslizamentos de terra e inundações repentinas. O balanço das tempestades foi muito mais severo, causando pelo menos 82 mortes, destruindo pontes e bloqueando estradas. Dezenas de pessoas morreram em um único deslizamento no distrito de Ilam, e outras foram dadas como desaparecidas após serem arrastadas pelas águas das enchentes.