A ativista Greta Thunberg afirmou a autoridades suecas que está sendo submetida a tratamento severo sob custódia israelense após sua detenção e remoção da flotilha que transportava ajuda para Gaza. Em uma troca de mensagens divulgada pelo jornal inglês The Guardian, um oficial que visitou a ativista na prisão falou que sua cela está infestada de percevejos e há pouca comida e água.
“Outra detida teria contado a outra embaixada que viu Thunberg sendo forçada a segurar bandeiras enquanto fotos eram tiradas. Ela se perguntou se imagens dela teriam sido divulgadas”, diz o funcionário do governo sueco que visitou a ativista na prisão, na troca de mensagens.
Thunberg foi detida, junto com outros 437 ativistas, parlamentares e advogados, entre a última quinta, 2, e sexta-feira, 3. Todos fazem parte da Flotilha Global Sumud (GSF), uma coalizão de mais de 40 embarcações que transportam ajuda humanitária cujo objetivo era romper o bloqueio marítimo de 16 anos imposto por Israel a Gaza.
A maior parte dos ativistas foi levada para a prisão Ketziot, também conhecida como Ansar III, um centro de segurança máxima localizado no deserto de Negev e que costuma receber prisioneiros palestinos.
Segundo a organização não-governamental Adalah, os direitos dos detidos têm sido violados de forma sistemática. Muitos não têm acesso a água, alimentos, medicações e nem a seus representantes legais.
Na quinta-feira, 2, o ministro da segurança nacional de extrema-direita de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou o porto de Ashdod, para onde as embarcações interceptadas foram levadas, e aparece em um vídeo dizendo que os ativistas são “terroristas”. Ele defende que todos sejam presos, em vez de deportados a seus países.
Ao menos 137 ativistas já foram deportados para a Turquia, enquanto o restante segue em Israel. Há 13 brasileiros entre os integrantes da flotilha, incluindo a deputada do PT, Luizianne Lins. Os brasileiros receberam a visita de diplomatas do Itamaraty.
