counter Instituto ligado ao Nobel diz que políticas de Trump têm ‘efeitos devastadores’ para educação – Forsething

Instituto ligado ao Nobel diz que políticas de Trump têm ‘efeitos devastadores’ para educação

Às vésperas do anúncio dos prêmios Nobel de 2025, uma das instituições responsáveis pela escolha dos laureados alertou nesta sexta-feira, 3, para riscos crescentes à liberdade acadêmica nos Estados Unidos e em outros países. Segundo a vice-presidente da Real Academia Sueca de Ciências, Ylva Engström, medidas do presidente Donald Trump — que não escondeu a vontade de receber o prêmio por, segundo ele, ter encerrado várias guerras — podem trazer “efeitos devastadores” para a educação e a pesquisa científica.

Entre os pontos mais criticados, estão os cortes profundos no orçamento dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) — maior financiador mundial da pesquisa biomédica —, o plano de desmantelar o Departamento de Educação e a intenção de restringir bolsas de estudo a programas de “educação patriótica”. A Casa Branca nega que haja censura, alegando que busca eliminar desperdícios e fortalecer a liderança americana em inovação científica.

A ofensiva se soma a outras disputas de Trump com universidades renomadas, como Harvard e Columbia, com pesquisadores cotados ao Nobel. O governo americano ameaçou cortar verbas federais em retaliação a protestos pró-Palestina, a programas de diversidade nos campi e a políticas para pessoas transgênero. Em entrevista à agência de notícias Reuters, Engström alertou que “o que está em jogo é a capacidade dos cientistas de pesquisar, publicar e financiar projetos de ponta”.

Para especialistas, o impacto econômico também será severo. Simon Johnson, professor do MIT e vencedor do Nobel de Economia em 2024, classificou os planos de Trump como “inequivocamente nocivos”, com efeitos diretos sobre inovação e geração de empregos, especialmente no setor de ciências da vida. Apesar disso, o republicano já afirmou diversas vezes que acredita merecer o Nobel da Paz.

Em julho, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que “já passou da hora” do líder americano ser agraciado com a premiação. Na ocasião, ela alegou que o “presidente pôs fim aos conflitos entre Tailândia e Camboja, Israel e Irã, Ruanda e a República Democrática do Congo, Índia e Paquistão, Sérvia e Kosovo, e Egito e Etiópia”.

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“Isso significa que o presidente Trump negociou, em média, um acordo de paz ou cessar-fogo por mês durante seus seis meses de mandato. Já passou da hora de o presidente Trump receber o Prêmio Nobel da Paz”, afirmou ela, acrescentando que o líder americano é um “humanitário, com um grande coração”.

+ Netanyahu anuncia indicação de Trump ao Nobel da Paz; entenda se há chance de vitória

Sobre o prêmio

O Nobel da Paz é concedido a pessoas ou organizações que tenham “realizado o maior ou o melhor trabalho em prol da fraternidade entre as nações, pela abolição ou redução de exércitos permanentes e pela realização e promoção de congressos de paz”, como indicou o fundador do troféu, Alfred Nobel, no seu testamento em novembro de 1825. Desde então, o prêmio foi concedido 105 vezes — no ano passado, a escolhida foi a organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, que luta pelo desarmamento nuclear.

Ao todo, 338 candidatos foram nomeados para a edição do Nobel da Paz de 2025. Deles, 244 são indivíduos e 94 são organizações, de acordo com o site da premiação. Para que a recomendação seja aceita, os indicados devem cumprir requisitos, que estabelecem uma lista de quem pode sugerir alguém ou uma instituição para disputar a honraria, uma vez que não é possível enviar uma indicação em benefício próprio.

Em maio, Netanyahu indicou Trump para concorrer ao prêmio, citando os “esforços” do presidente dos EUA no Oriente Médio. O anúncio ocorreu enquanto os líderes se reuniam na Casa Branca, na terceira visita de Netanyahu a Trump em três meses. Além do premiê israelense, o Paquistão também nomeou o republicano por sua “intervenção diplomática decisiva” no conflito entre o país e a Índia. Na ocasião, o governo paquistanês elogiou a “liderança fundamental” de Trump em maio, quando os embates na fronteira atingiram o pico.

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