O advogado Luiz Fernando Pacheco, que advogou para o ex-presidente do PT José Genoino no caso do Mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), atuou como diretor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e foi um dos fundadores do grupo Prerrogativas, foi encontrado morto em São Paulo na madrugada da última quarta-feira, 1º.
Havia um boletim de ocorrência registrando o desaparecimento dele no dia 1º. Nesse dia, pouco após as 16h, equipes do Samu o encontraram na rua convulsionando e com dificuldades para respirar. Como Pacheco estava sem documentos, ele não foi identificado no momento do socorro médico. Ele foi encontrado na rua Itambé, no bairro de Higienópolis, na região central da capital paulista.
Ele chegou a ser levado para atendimento na Santa Casa, mas não resistiu e faleceu. A identificação do corpo foi feita apenas nesta quarta, 2, por meio do exame das suas impressões digitais. Pacheco tinha 51 anos.
A Ordem dos Advogados do Brasil — tanto a seccional paulista quanto o Conselho Federal — lamentaram a morte do defensor. “Sempre exerceu a advocacia com firmeza, seriedade e respeito às instituições”, disse Beto Simonetti, presidente do Conselho Federal da entidade. “Perdemos um amigo ímpar e um guerreiro do bem”, lamentou Leonardo Sica, da OAB-SP. Pacheco foi presidente da Comissão de Prerrogativas durante a gestão de Patrícia Vanzolini à frente da subseção paulista da entidade.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, lamentou a morte do advogado. “Muito triste a notícia da morte de Luiz Roberto Pacheco, advogado de trajetória brilhante”, escreveu no X. “Grande figura, combativo e divertido. Vá em paz”, disse o juiz e autor Marcelo Semer.
Expulso por Joaquim Barbosa
Um dos momentos mais marcantes da atuação de Pacheco no STF foi quando, durante o julgamento do caso do Mensalão, ele foi retirado à força do plenário pelo então presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa. O advogado reclamou da demora do magistrado em apreciar um dos recursos do caso. Barbosa o expulsou do recinto e representou contra Pacheco na Polícia Federal por ofensa a sua honra. O episódio foi em 2014. Um ano mais tarde, a representação foi arquivada.