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Você se atreve a entrar na Casa Dior?

Jonathan Anderson atravessou um limite audacioso ao apresentar seu primeiro desfile feminino na Dior durante a Semana de Moda de Paris, nesta quarta-feira 1. A abertura já anunciava a tensão do momento: um vídeo do cineasta britânico Adam Curtis, exibido em uma pirâmide invertida, misturava filmes de terror e imagens de todos os designers que já passaram pela maison, incluindo Yves Saint Laurent, John Galliano e Maria Grazia Chiuri – além do próprio Christian Dior ao lado de Marlene Dietrich no filme preto e branco “Pavor nos Bastidores” (1950) de Alfred Hitchcock – criando uma atmosfera de expectativa histórica e do grande desafio de Anderson em assumir essa marca.

Mesmo concordando que existia “medo e neurose”, o estilista encarou com coragem e fez o que sabe fazer de melhor: pegar a história e se deleitar com ela em processos criativos (foi exatamente isso que o tornou tão bem-sucedido em transformar a espanhola Loewe de uma marca de couro sem graça a um fenômeno de arte, cultura e moda). E na Dior, mostrou a que veio em um desfile que combinou uma explosão de ousadia e contrastes.

Anderson abriu com um vestido branco de crinolina e Jersey em formato de sino, finalizado com laços dramáticos, para alguns momentos depois seguir para um modelo preto com peplum esvoaçante nas costas coordenado com mini-saia jeans e um tricórnio conceitual assinado por Stephen Jones, chapeleiro da Dior. É claro que os códigos de mounsieur Dior estavam lá, mas não em uma camisa de força. A icônica jaqueta Bar, por exemplo, ressurgiu em verde cintilante de tweed irlandês, miniaturizada em proporções infantis, meio “Alice no País das Maravilhas” combinada com saia plissada – um toque de irreverência nas mãos de Anderson.

Fantasia Dior

A coleção explorou a leveza e a fantasia, longe de espartilhos: vestidos de renda chantilly negra desdobravam-se em asas de borboleta, enquanto estampas delicadas de flores, bordados em chiffon e saias bolhas reforçavam o imaginário de princesa. A ousadia apareceu em peças inesperadas, como blusas vermelhas plissadas com babados que cobriam o rosto, combinadas com tricórnios e calças cargo volumosas, criando um efeito sofisticado, mas muito provocador.

Anderson equilibrou o formal e o casual: polos e jeans convivem com capas elegantes, versáteis tanto para o dia a dia quanto para ocasiões especiais. A bag Lady Dior ganhou forma de bowling em suede, e os saltos Louis, de Roger Vivier, receberam orelhas de coelho, misturando charme, fantasia e potencial comercial. Cada peça parecia contar uma história própria, mas todas juntas criaram um desfile coeso, moderno e altamente desejável.

O resultado é uma coleção que honra a tradição Dior, ao mesmo tempo em que a reinventa da forma mais criativa. Jonathan Anderson prova que está pronto para trazer novos ares de ousadia, fantasia e desejo para o universo feminino da alta-costura, fazendo da maison uma casa que não só cria desejos e tendências (algumas trazidas por Anderson, adiantadas por Vitrine), mas que passado e futuro se encontram de forma inusitada e absolutamente brilhante.

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Dior primavera/verão 2026
Dior primavera/verão 2026Peter White/Getty Images

 

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Dior primavera/verão 2026Estrop/Getty Images
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Dior primavera/verão 2026Peter White/Getty Images

 

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Dior primavera/verão 2026Peter White/Getty Images

 

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Dior primavera/verão 2026Peter White/Getty Images

 

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