A Fifa concedeu uma autorização inédita para a seleção da Coreia do Sul: no amistoso contra o Brasil, no próximo dia 10, em Seul, os nomes dos jogadores coreanos estarão estampados nas camisas em hangul, o alfabeto oficial do país asiático. A federação que rege o futebol mundial, normalmente, exige o uso do alfabeto romano nas competições.
Para o amistoso, uma tipografia exclusiva foi criada para compor os uniformes. A Associação Coreana de Futebol também negocia a possibilidade de que os atletas brasileiros entrem em campo com seus nomes escritos em coreano, reforçando o caráter de intercâmbio cultural da partida.
A medida, rara no futebol internacional, foi aprovada em caráter especial para celebrar o Dia do Hangul, comemorado na véspera, no dia 9. Reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o alfabeto é considerado um dos símbolos mais importantes da identidade coreana. O hangul foi criado em 1443 pelo rei Sejong, o Grande, quarto monarca da dinastia Joseon. A intenção do soberano era oferecer ao povo um sistema de escrita próprio, em substituição aos complexos caracteres chineses, restritos à elite letrada da época. Com o novo alfabeto, Sejong buscava ampliar a alfabetização e garantir que todos os coreanos tivessem condições de ler, escrever e se comunicar de forma acessível.
No Brasil, o Centro Cultural Coreano (CCCB), dirigido por Cheul Hong Kim, preparou uma programação especial para acompanhar o amistoso. A sede, localizada na Avenida Paulista, na capital São Paulo, receberá uma torcida coletiva com telão para a transmissão ao vivo, às 8h (horário de Brasília). O evento é gratuito e aberto ao público, sujeito à lotação do espaço:
“Mais do que um amistoso, este é um jogo que coloca em campo a cultura coreana e aproxima os dois países por meio do futebol”, afirmou a direção do CCCB em nota oficial.
