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Após Acordo de Paris, crescimento das emissões globais registra desaceleração histórica

O crescimento das emissões globais de carbono caiu drasticamente desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015. Segundo análise do Energy and Climate Intelligence Unit (ECIU), o aumento anual médio das emissões passou de 1,7% na década anterior para apenas 0,32% ao ano nos últimos dez anos.

O estudo aponta que, desde a COP21, as emissões totais de CO₂ subiram apenas 1,17%, em comparação com o crescimento de 18,4% registrado na década anterior.

Enquanto isso, a economia mundial avançou quase 28% em termos reais, indicando que a intensidade de carbono por dólar da economia global caiu mais de 20%.

“Embora ainda seja necessário acelerar a redução das emissões, ações multilaterais ajudaram a frear o crescimento global desde o Acordo de Paris”, afirmou John Lang, líder do Net Zero Tracker do ECIU.

China: liderança em energias renováveis

A China é responsável por mais da metade da nova capacidade global de energia renovável instalada em 2024.

O país deve responder por cerca de um terço do investimento mundial em renováveis neste ano, depois de instalar duas vezes mais capacidade do que EUA, Índia e União Europeia juntos no período anterior.

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Além disso, tecnologias limpas exportadas pela China contribuíram para uma redução equivalente a 1% das emissões globais fora do país, representando mais de dez vezes as emissões anuais do Reino Unido em 2024.

Em discurso em vídeo na Cúpula do Clima da ONU, o presidente Xi Jinping anunciou uma meta de redução de 7% a 10% das emissões chinesas abaixo do pico até 2035, reafirmando a neutralidade de carbono prevista para 2060.

Metas globais ainda insuficientes

Analistas afirmam que essas metas não são suficientes para alcançar o limite de aquecimento de 1,5°C previsto no Acordo de Paris.

Ainda assim, três quartos da economia global continuam cobertos por objetivos nacionais de neutralidade de carbono, mesmo após a retirada dos EUA do acordo durante a gestão Trump.

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No Reino Unido, as emissões caíram 54% em relação a 1990, com uma redução de 74% no setor de energia entre 2014 e 2024, aproximando o país de sua meta de neutralidade de carbono.

Apesar da desaceleração, o ECIU alerta que o mundo segue longe de atingir os objetivos do Acordo de Paris. O crescimento das emissões, embora lento, mantém o planeta próximo de pontos críticos climáticos, com impactos sobre saúde, agricultura e preços de alimentos.

Preparativos para a COP30 no Brasil

A COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará, será um dos eventos climáticos mais importantes desde o Acordo de Paris.

O Brasil assume papel central como país anfitrião e mediador em temas estratégicos para a região amazônica e o clima global.

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Entre os principais pontos em discussão estão o financiamento climático internacional, com debate sobre como países ricos devem apoiar nações em desenvolvimento na transição para energias limpas e adaptação a impactos climáticos.

Também na redução de emissões globais, com atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e foco em metas mais ambiciosas para limitar o aquecimento a 1,5°C.

E ainda na proteção florestal, incluindo a consolidação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, iniciativa que busca financiar a preservação de biomas tropicais críticos, combater o desmatamento e apoiar comunidades locais dependentes das florestas.

O país deve aproveitar a COP30 para reafirmar seu protagonismo na conservação da Amazônia e sua liderança em fóruns internacionais de governança ambiental, consolidando compromissos de neutralidade de carbono, fortalecimento de áreas protegidas e expansão de mecanismos de financiamento sustentável.

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Especialistas destacam que, além de metas de redução, a conferência servirá para criar um plano detalhado de implementação de políticas climáticas, com monitoramento e prestação de contas, garantindo que os compromissos assumidos tenham impacto real sobre emissões, florestas e biodiversidade global.

A expectativa é que a COP30 seja um marco na governança climática, com o Brasil liderando a articulação entre países do Sul global e propondo soluções inovadoras para financiar a preservação ambiental, apoiar comunidades vulneráveis e acelerar a transição energética.

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