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França acha e aborda navio da ‘frota fantasma’ russa, suspeito de lançar drones à Dinamarca

A Marinha Nacional Francesa interceptou uma embarcação petroleira que supostamente pertence à “frota fantasma” da Rússia no último domingo. Há suspeitas de que o navio tenha sido usado como plataforma de lançamento dos drones que invadiram o espaço aéreo da Dinamarca na semana passada. As informações foram divulgadas pela agência de notícias AFP nesta quarta-feira, 1º de outubro.

O petroleiro Boracay é um dos quatro navios ligados a Moscou que estavam próximos à costa dinamarquesa na semana passada, quando voos de drones não identificados forçaram a interrupção do funcionamento de aeroportos no país. O caso ainda não foi solucionado.

Carregando 750 mil barris de petróleo bruto, a embarcação havia saído de Primorsk, na Rússia, e se dirigia a Vadinar, no oeste da Índia. No entanto, teve seu destino alterado após a abordagem militar francesa, que levou o navio para Saint-Nazaire, no leste da França, onde é investigado pelo Ministério Público do país.

De acordo com o promotor público Stephane Kellenberger, o inquérito se iniciou após a “falha da tripulação em justificar a nacionalidade do navio”, que navegava com a bandeira do Benin, e a “recusa em cooperar”. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a embarcação é suspeita de “crimes graves”.

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Guerra híbrida

No dia 22 de setembro, o aeroporto de Copenhague, na Dinamarca, ficou fechado por quatro horas após drones desconhecidos serem avistados no espaço aéreo do país. Dois dias depois, o mesmo incidente levou ao fechamento do aeroporto de Aalborg.

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Os drones não foram abatidos, e embora o governo dinamarquês tenha atribuído a responsabilidade pelo episódio a Moscou, as investigações não conseguiram identificar os culpados pelo episódio. A principal hipótese levantada pelas autoridades é de que os aeromodelos foram lançados de navios próximos à costa da península da jutlândia.

Incursões semelhantes ocorreram em outros países europeus. Na Alemanha, drones sobrevoaram instalações militares no estado de Schleswig-Holstein na semana passada. Polônia, Romênia e Estônia também acusaram a Rússia de violar seus espaços aéreos com aeronaves não-tripuladas.

Quatro navios ligados ao Kremlin navegavam nas águas da região durante o período dos ataques, incluindo o Boracay. Eles foram identificados pela mídia local como os navios comerciais Astrol-1 e Oslo Carrier-3, e a nave de guerra russa Aleksandr Shabalin.

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Para a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, o cenário exemplifica a “guerra híbrida” que ela afirma existir entre Moscou e os demais países da Europa. “De uma perspectiva europeia, só há um país disposto a nos ameaçar, e esse país é a Rússia”, disse ela na última quinta-feira.

Nesta quarta, os 27 chefes de Estado e de governo da União Europeia estão reunidos em Copenhague para discutir uma resposta às ameaças aéreas. Foi ventilada a possibilidade de que um “muro anti-drones” seja instalado no flanco leste do bloco, e que radares, sensores acústicos, bloqueadores de sinal e interceptadores sejam implementados.

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Frota fantasma

O Boracay é identificado como parte da “frota fantasma” da Rússia. O termo é utilizado para se referir a embarcações que pertencem a Moscou, mas navegam sob outras bandeiras para conseguir burlar sanções econômicas e comercializar produtos de maneira clandestina.

Quando foi interceptado pela Marinha francesa, o navio atendia pelo nome de Pushpa e estava sob bandeira do Benin. Autoridades europeias identificaram que a embarcação já havia navegado sob os nomes Kiwala e Varuna, tendo sido detida na Estônia com um registro de Djibouti em abril deste ano.

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