Além de impacto na economia, a nova taxa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, repercutiu imediatamente no mundo político e institucional brasileiro. Do lado dos bolsonaristas, o tom geral foi o de culpar a suposta perseguição a Bolsonaro e o governo Lula pela medida.
Primeiro da família Bolsonaro a se manifestar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), escreveu no X que Lula “conseguiu ferrar o Brasil”. “Depois de tantas ações provocando a maior democracia do mundo, está aí o resultado do vexame da sua política internacional ideologizada”, escreveu Flávio. Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado, que está nos Estados Unidos desde o começo, disse que nos últimos meses, manteve intenso diálogo com autoridades do governo Trump. “Sempre com o objetivo de apresentar, com precisão, a realidade que o Brasil vive hoje. A carta do presidente dos Estados Unidos apenas confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade”. Ele ainda pediu para seus seguidores no X agradecerem ao presidente Trump sobre as tarifas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também culpou Lula. “Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, escreveu no X.
Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), governador de Goiás, também cotado para a disputa presidencial, disse que Lula atacou o presidente dos Estados Unidos, “país que sempre foi nosso aliado”. Romeu Zema (Novo-MG), governador de Minas Gerais, também se pronunciou. “As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF”, afirmou no X.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também atribuiu ao presidente Lula a responsabilidade pelo aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. “Parabéns, Lula. Ferrar o Brasil é com você mesmo”, escreveu.
Outros apoiadores famosos de Bolsonaro, como Luciano Hang, dono da Havan, Victor Fasano, Regina Duarte e Cássia Kis, não se manifestaram sobre a taxação.