A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) derrubou, nesta segunda-feira, 30, o veto do governador Cláudio Castro a um projeto de lei que transfere ao governo estadual a gestão do Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Com 38 votos a favor e 19 contra, a medida devolve ao Estado o controle do principal palco do Carnaval carioca, que estava sob responsabilidade da Prefeitura desde os tempos da fusão com o antigo Estado da Guanabara.
A decisão acirra a disputa entre o grupo político de Castro e o prefeito Eduardo Paes. Após a votação, Paes reagiu com ironia, classificando a iniciativa como “perda de tempo” e anunciou que vai recorrer à Justiça para tentar reverter a mudança. “O Estado está muito seguro, com tempo e dinheiro para cuidar do Carnaval”, provocou o prefeito, em tom crítico à gestão estadual.
Mais do que uma disputa sobre infraestrutura, o episódio simboliza a crescente tensão entre os dois grupos que se enfrentam nos bastidores da sucessão estadual de 2026. O controle sobre o Sambódromo — ativo estratégico e vitrine de visibilidade política durante o Carnaval — passou a ser tratado como peça de poder. A iniciativa de retomar a administração do espaço partiu da base aliada de Castro na Alerj.
No mesmo dia, a Alerj também aprovou a convocação do secretário estadual de Transportes, Washington Reis, irmão do deputado Rosenverg Reis, para depor na CPI da Transparência — outro sinal do racha na base aliada ao governador e do fortalecimento do grupo político que hoje comanda o Legislativo fluminense.