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10 empregos que a IA não vai roubar (pelo menos por enquanto)

Sabe qual profissão a IA não será capaz de executar? No longo prazo, nenhuma. Mas, calma, não vou começar o texto desdizendo o que prometi no título. É que entre algo ser tecnicamente possível e efetivamente virar realidade existe um longo caminho, que passa pela aceitação do público. Se você propõe que robôs ajam como recepcionistas, talvez isso seja encarado com mais naturalidade do que ao sugerir que eles ocupem o lugar de um sacerdote. E foi esse tipo de perspectiva que cientistas da Harvard Business School buscaram mapear num estudo recente.

A pesquisa investigou como a população dos Estados Unidos reage à ideia de a inteligência artificial substituir pessoas em diferentes profissões. Foram ouvidos 2357 adultos e analisadas 940 ocupações. Os resultados mostram que, quando se trata da IA atual, apenas 30% das ocupações teriam apoio público para serem automatizadas. Mas, quando o texto descrevia uma IA “melhor e mais barata do que humanos”, esse número praticamente dobrava, chegando a 58%.

Os professores Simon Friis e James W. Riley montaram uma lista com as profissões que o publico acharia mais desconfortável (o termo que eles usaram na pesquisa foi “repugnante”, para ser mais preciso). Um grupo pequeno de ocupações permanece intocável, mesmo diante da promessa de perfeição tecnológica.

As profissões menos aceitas para automação

  1. Clérigos e líderes religiosos
  2. Cuidadores e trabalhadores de creche
  3. Terapeutas de família e casais
  4. Juízes administrativos e oficiais de audiência
  5. Atletas e competidores esportivos
  6. Artesãos e artistas manuais
  7. Policiais e patrulheiros
  8. Atendentes funerários
  9. Barbeiros
  10. Atores

Veja bem, a questão aqui não é se a IA seria capaz de desempenhar essas atividades. Aliás, existe hoje muita gente que faz terapia com o ChatGPT, embora isso seja uma PÉSSIMA ideia. Atores criados com IA também surgem no horizonte como uma ameaça aos profissionais do cinema e da televisão. Agora, os barbeiros eu fiquei feliz de ver nesta lista, porque eu SEMPRE digo que vai demorar muito até que a gente aceite a ideia de uma máquina colocar uma navalha no nosso pescoço (e eu adoro estar certo, como quase todo ser humano). O que esse top 10 tem em comum? São atividades concentradas em áreas que envolvem vínculo humano, empatia, criatividade e/ou espiritualidade.

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No outro extremo – ou seja, nas profissões em que a população acha “de boa” terceirizar para IAs – aparecem tarefas administrativas, algumas delas repetitivas. De novo: a fronteira não está nas capacidades da máquina, mas nas crenças das pessoas. Os autores chamam isso de “economia moral do trabalho”: um conjunto de convicções sobre dignidade, cuidado e propósito que define o que pode ou não ser delegado à IA.

As profissões mais aceitas para automação

  1. Operadores de extração de petróleo e gás
  2. Caixas de loja
  3. Zeladores e faxineiros
  4. Digitadores e operadores de entrada de dados
  5. Pavimentadores
  6. Bioestatísticos
  7. Telefonistas
  8. Planejadores de transporte
  9. Especialistas em marketing de busca
  10. Arquivistas e auxiliares de escritório

O estudo ajuda a desmontar a ideia de que o avanço da IA seguirá um roteiro inevitável, ditado pela eficiência. Em outras palavras: alguém pode surgir com uma inovação espetacular, mas vai precisar convencer o público de que aquilo é o melhor caminho (entra em cena o pessoal da comunicação, nesse caso).

No Brasil, essa fronteira moral provavelmente se desenharia de forma parecida, mas com nuances importantes. Aqui, a desigualdade social e o peso do trabalho informal tornam o impacto da automação mais assimétrico. Funções que nos Estados Unidos seriam protegidas por princípio podem ser substituídas simplesmente por necessidade econômica. Ao mesmo tempo, o brasileiro valoriza o contato humano (o médico que dá atenção, o professor que acolhe, o padre que aconselha) e tende a resistir à ideia de que essas relações possam ser mediadas por uma máquina. Mas, repito: vai depender de como isso é apresentado ao público. Sempre.

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